Calote das empresas tem maior alta no 1º semestre em três anos, diz Serasa

31/07/2012 00:46

A inadimplência das empresas cresceu 16,5% no primeiro semestre de 2012, na comparação com igual período do ano anterior, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas divulgado nesta segunda-feira (30). O resultado representou a maior alta para os seis primeiros meses do ano desde 2009, quando houve um crescimento de 35,8% na inadimplência dos negócios.

A inadimplência das empresas também apresentou elevação na relação entre junho de 2012 e igual mês de 2011. O crescimento verificado foi de 11,4%, segundo a Serasa. Já na comparação de junho deste ano com o mês de maio, a inadimplência das empresas recuou 5,7%.

Ainda de acordo com a pesquisa, as dívidas não pagas junto aos bancos foram as que mais aumentaram no primeiro semestre de 2012: alta de 23,9% frente ao mesmo período de 2011, contribuindo com 4,7 pontos percentuais no crescimento da inadimplência. O volume de cheques devolvidos por falta de fundos avançou 3,7% no primeiro semestre de 2012.

Segundo os economistas da Serasa, as empresas estão passando por dificuldades como baixa geração de receitas, por causa da retração da atividade econômica do país, calotes do consumidor e de empresas clientes e a exportação mais difícil, como consequência dos principais mercados externos estarem com baixo crescimento ou recessão. "Esse extenso conjunto de fatores desfavoráveis para as empresas deve ser gradualmente dissipado, ante a expectativa de recuperação da atividade interna, a partir do último trimestre do ano."

Valor médio das dívidas

Sobre os valores das dívidas das empresas, a pesquisa indicou que, nos seis primeiros meses de 2012, as dívidas não bancárias (fornecedores, cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água) tiveram um valor médio de R$ 775,08, o que representou um crescimento de 4,3% ante igual período de 2011.

As dívidas com bancos, por sua vez, tiveram de janeiro a junho de 2012 um valor médio de R$ 5.293, resultando em 5,5% de alta na relação com os seis primeiros meses de 2011.

Quanto aos títulos protestados, o valor médio verificado de janeiro a junho foi de R$ 1.932, com elevação de 10,9% sobre igual acumulado do ano anterior.

Os cheques sem fundos tiveram, nos seis primeiros meses de 2012, um valor médio de R$ 2.203, representando um aumento de 6,7% quando comparado com o acumulado de janeiro a junho de 2011, segundo a Serasa.